Na vizinhança da zona norte de Nataljogo do tigrinjo， Vatenor de Oliveira era conhecido como Caju. O artista plástico retratou em suas obras o fruto que se tornou símbolo de seu estado， Rio Grande do Norte. Levou para o mundo sua marca e ficou conhecido como o Pintor dos Cajus.

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Em seus 50 anos de carreira， foram inúmeras as mostras coletivas e individuais. Durante a vida， o artista também viveu em Nova York)， onde participou de diversas exposições， e passou por Paris (FRA)， onde foi hóspede do fotógrafo Sebastião Salgado.

"Vatenor considerava cada obra concluída como a sua melhor. Embora não tenha destacado uma específica， tinha grande carinho pelas produções iniciais de sua carreira"， afirma o procurador de justiça Manoel Onofre de Souza Neto， 52， que atua como colecionador e curador de arte.

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Vatenor de Oliveira Silva nasceu no dia 20 de março de 1953， em Natal. Era o mais velho de cinco irmãos e teve uma infância marcada pela pobreza. Nas memórias， guardava momentos às margens do rio Potengi e brincadeiras nas sobras dos cajueiros.

Aos 16 anos， mudou-se para o Rio de Janeiro， onde foi fuzileiro naval no início dos anos 1970. Depois， levou a família para morar com ele.

Em 1974， após deixar a Marinha， abriu um negócio de molduras na capital fluminense， onde empregou seus irmãos. E， ao conviver com artistas e intelectuais， como Rubens Gerchman e Roberto Magalhães， se envolveu com a arte ao ponto de começar a pintar. Autodidata， dizia ter trocado as armas pelos pincéis e que tinha admiração por Van Gogh.

Uma das razões para seu retorno a Natal foi Dulce， que conheceu por meio de um irmão. Dizia ter se encantado pela morena， com quem se casou e teve uma filha. Também justificava a volta à sua terra para contribuir para as artes plásticas na região.

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Foi duas vezes diretor da pinacoteca do estado e exerceu diversos cargos na gestão cultural do município. Também foi assessor do inventário do acervo das artes visuais da Fundação José Augusto.

Caju amava viajar com a mulher， que chamava de Maturi. Estava sempre em praias e algumas foram inspirações para quadros， como Redinha e Genipabu. Também gostava de tomar sua cerveja papeando com amigos. Entre os assuntos， sempre estavam arte， futebol e política.

Morreu no dia 11 de dezembro， aos 71 anos， por complicações de um AVC (Acidente Vascular Cerebral) hemorrágico.

Deixa a mulher， Dulce， 55jogo do tigrinjo， e a filha Gabriele， 18.

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